Hélvio Romero/Estadão Conteúdo |
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela aplicação das provas, afirmou que “os casos de tentativa de fraude identificados estão sob investigação e delimitarão a responsabilidade dos envolvidos”. Sustenta, ainda, que “não há indício de vazamento de gabarito oficial”.
A conclusão da PF de que houve, no vazamento das provas, crime de estelionato qualificado consta em relatório enviado ao Ministério Público Federal (MPF). A perícia da PF destaca que, após análise dos celulares apreendidos durante as operações nos dias do exame, verificou-se que os candidatos receberam fotografias das provas e tiveram acesso prévio aos gabaritos. Os dois candidatos presos (em Minas Gerais e no Maranhão) receberam as mesmas fotografias, deixando claro, segundo a polícia, que a origem do vazamento é a mesma.
Também consta no relatório que os candidatos presos pesquisaram no Google sobre intolerância religiosa no Brasil, tema da Redação, às 9h38 – mais de duas horas antes do fechamento dos portões nos locais de prova.
Parte da nota divulgada pelo Inep é dedicada a criticar a conduta do procurador da República Oscar Costa Filho, do Ministério Público do Ceará, a quem acusam de usar de sua prerrogativa institucional para “vazar informações” antes da conclusão total do relatório pela PF. Ele é autor de ação que busca anular o Enem.
“Ao mesmo tempo, o Inep estranha o fato de que este procurador venha a público, mais uma vez, às vésperas da aplicação de provas do Enem, gerar fatos que provocam tumulto e insegurança para milhares de estudantes inscritos”. Costa Filho é autor de ação que pede a anulação da prova sob o argumento de que o vazamento “violou o tratamento isonômico que deve ser assegurado aos candidatos”.
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