Clientes reclamam de dificuldades para sacar FGTS e seguro-desemprego. No ano passado, a paralisação da categoria durou 21 dias.
Greve dos bancários completou 30 dias (Foto: Heloise Hamada/G1) |
O dia em que foi registrado o maior número de agências fechadas foi 27 de setembro, quando 13.449 fecharam as portas.
Historicamente, a greve mais longa da categoria foi em 1951. Durou 69 dias e resultou na criação do dia dos bancários.
Desta vez, a greve entra no seu segundo mês. Os bancos e os bancários não conseguem chegar a um acordo sobre o dissídio da categoria. Uma nova reunião de negociação foi agendada para esta quarta-feira, em São Paulo.
Os bancários pedem a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
Antes do início da greve, no dia 29 de agosto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs reajuste de 6,5%. Duas novas propostas foram apresentadas depois do início da paralisação, nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
Resposta dos bancários
O secretário de Imprensa da Contraf, Gerson Carlos Pereira, reconhece os transtornos causados pela paralisação, mas afirma que a greve é a única forma de a categoria buscar um reajuste que considera justo. “A gente pede desculpas para esse povo que está sofrendo nesses 30 dias, mas a gente também pede a compreensão deles”, diz.
“Ninguém gosta de fazer greve. Mas a população tem que entender também que somos pais de família, nós pagamos nossas contas também. Então nós precisamos também ter um salário justo", diz Pereira.
Alternativas
A Febraban lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
O G1 procurou o Banco Central para questionar o impacto da paralisação sobre serviços bancários. Segundo o BC, os dados das operações no mês de setembro, quando foi iniciada a greve, serão publicados somente no final de outubro.
Karina Trevizan - Do G1, em São Paulo
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